quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Transtorno obsessivo-compulsivo

Isto de ter carta, carro e toda uma nova independência é muito giro, que é, mas vai dar-me cabo da paciência. E olhem que eu já não uma pessoa dotada de grande dose disso.

Há uma parte de mim que não acredita que eu, uma mulher feita, seja suficientemente consciente e responsável para ter um carrinho nas mãos.

Primeiro: conduzir de noite é o bom e o bonito! Eu não sei se sou só eu, mas tenho a sensação de que me vão aparecer gatos na estrada, a correr e de olhos vermelhos e que eu, claro, vou esmigalhá-los sem compaixão. Ou veados. Também já me passaram pela cabeça vários veados a atravessar a nacional 109, essa via particularmente conhecida pelo aparecimento de animais selvagens durante as noites mais frias.

Isso e quando estaciono o carro, que verifico tudo pelo menos 59 vezes, saio do carro e passo os minutos, senão horas, seguintes, a pensar que deixei o carro destravado, ou as luzes ligadas, ou alguma mudança engatada, ou o carro aberto, ou porra que o valha!

Agora, enquanto vos escrevo, vai-se-me um tal desconforto na alma que só tenho vontade de sair do quente do meu quarto para ir confirmar que está tudo bem com o carrinho. E isto tudo com a tal banheira (confesso que até já a acho fofinha e temos sido felizes juntas) da minha mãe. Imaginem quando for um carro meu. Mas imaginem só vocês, que eu não tenho coração para isso.

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