domingo, 19 de fevereiro de 2012

Há coincidências

Hoje estive toda a tarde numa daquelas neuras de gaja. Não me apetecia estar em casa (eu, que dou tanto valor a passar o Domingo enrolada a ver TV), mas também não sabia bem o que queria fazer. A bem dizer, estava com um look miserável, com o cabelo todo nojentinho, o ar de quem não se vê ao espelho há 23 dias e umas dores ainda mais de gaja que as próprias neuras.

Decidi prosseguir com todo este degredo e vesti-me mal e porcamente para ir comprar um perfume. Como ainda sou, segundo o meu progenitor, uma maçarica a conduzir, não me aventuro sozinha na carrinha, vulgo banheira, da minha mãe, e vai daí fui apanhar um autocarro que supostamente passaria às 18h. Mas depois, percebi eu, tarde demais, não às 18h de hoje.

Pois bem que fiquei ali naquele estado deprimente, gelada e maldisposta, a ouvir música ainda mais deprimente, durante quase uma hora, numa paragem de autocarro sombria. Isto tudo não teria piada nenhuma não fosse ter aparecido, de repente, em plena nacional 109, uma espécie de escolta nazi, na frente uma mota com sidecar com um senhor vestido de Hitler, outros tantos homens com ar de nazis fardados de forma estranha, em motas e carros ainda mais estranhos. Está bem que é Carnaval, mas eu senti-me no meio de toda uma Alemanha nazi.

Isto podia ficar por aqui, que podia, sem grande piada e sem nada de extraordinário, mas não fica. Pois que entretanto apanhei uma milagrosa boleia com uma amiga e comentei todo este cenário de extrema-direita em plena cidade de Ílhavo. O padrasto da minha amiga, como se nada disto fosse estranho, e para ele não era mesmo, disse logo: "ah, isso é o que fazem todos os anos, no Carnaval, o engenheiro XIS (não vou dizer o nome dele, que parece mal) e os amigos!", e respondo eu, prá minha vida, "o engenheiro XIS que é examinador do IMTT?", "sim, esse", diz ele, "ah, é que foi ele que me fez o exame de condução na quinta-feira", remato eu.

E foi isto. Agora consigo imaginar o meu examinador vestido de Hitler a plantar cebolos e a não nascer nenhum.

Claro que há coincidências. E não são poucas.

2 comentários: